quarta-feira, 24 de junho de 2015

Brasileiro paga mais imposto por bicicleta do que por carro popular




Em 2014, comércio vendeu 10% menos do que no ano anterior.
Segundo instituto, tributo sobre bicicletas pode passar de 15%.

Você provavelmente já ouviu muita gente importante falando maravilhas das bicicletas: que elas são um exercício físico excelente, que elas não poluem o ar, não fazem barulho, não provocam engarrafamento nas ruas. A bicicleta é praticamente uma unanimidade no mundo todo. E se ela é um meio de transporte tão racional e saudável, parece claro que o governo tenha interesse em estimular os brasileiros a comprar bicicleta, certo? Só que não. 
 
O que a gente mais ouve é que é preciso incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte nas grandes cidades, nas cidades engarrafadas. Mas aí a gente descobre que a carga de impostos que a gente paga quando compra uma bicicleta é maior do que a de um carro popular. E fica a pergunta: cadê o incentivo?

Não é à toa que as vendas vêm perdendo fôlego. Com tantos impostos, o comércio vendeu em 2014, 10% menos do que em 2013.

Quem mais compra bicicleta é quem ganha pouco: de família que conta com menos de dois salários mínimos por mês. E compra para transporte mesmo. Se ao menos o imposto sobre produtos industrializados, o IPI, para as bicicletas tivesse o mesmo tratamento dos carros populares, o preço já cairia muito. Tem também o ICMS, imposto estadual, que é mais alto para as bicicletas do que para os carros em quase todo o país.

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação fez o cálculo de quanto o consumidor ganharia. “Para fazer uma estimativa assim, a grosso modo, mais de 15% a 20%”, afirma João Eloi Olenike, presidente do IBPT.

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