Na sentença proferida nesta terça-feira (8) que condenou o dono da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, a 19 anos de prisão, o juiz Sérgio Moro afirmou que, "apesar dos recentes boatos de possível negociação de colaboração [premiada por executivos da empresa]”, a decisão não impede que eventual acordo do empreiteiro seja acordada no futuro.

“Apesar dos recentes boatos de possível negociação de acordo de colaboração pelo executivo da Odebrecht, o fato não impede a prolação da sentença, nem de eventual benefício superveniente”, afirmou Moro, em um dos mais dos mil itens do documento.

Na edição desta terça-feira (8), o jornal "O Globo" afirmou que Marcelo Odebrecht e o proprietário da OAS, Leo Pinheiro, elaboram uma proposta conjunta de delação com o Ministério Público Federal.

Responsável pela Lava Jato na primeira instância, Moro registrou, em mais de uma ocasião na sentença, que ele é apontado pela defesa de Marcelo Odebrecht de usar a prisão provisória de suspeitos do esquema de corrupção da Petrobras para constranger os mesmos a aderirem o instituto da delação premiada.

Usando o raciocínio do magistrado norte-americano Stephen S. Trott para rebater os advogados do empreiteiro e defender o uso da colaboração no Brasil, Moro aponta que "crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos".