quinta-feira, 27 de agosto de 2015

CPI da Petrobras aprova convocação do ex-ministro José Dirceu

Preso na Lava Jato, ele deverá ser ouvido na semana que vem, em Curitiba.
Investigação aponta que Dirceu recebeu propina do esquema de corrupção.

O ex-ministro José Dirceu deixa a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, de onde segue a caminho do hangar da PF no aeroporto de Brasília para embarcar para Curitiba e se juntar a outros presos da 17ª etapa da operação Lava Jato (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)Dirceu foi preso pela Polícia Federal da 17ª etapa da Operação Lava Jato. (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)

A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (27) a convocação do ex-ministro José Dirceu para prestar depoimento sobre a suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção que atuava na estatal por meio de sua empresa, a JD Consultoria. O ex-chefe da Casa Civil, que está preso na Superintendência da Polícia Federal desde o início do mês, deverá ser ouvido pelos deputados federais na semana que vem, em Curitiba.

Os depoimentos serão prestados a uma comitiva de deputados que estará na capital paranaense na semana que vem, entre segunda (31) e quinta-feira (3). A previsão é que as audiências ocorram no prédio da Justiça Federal no Paraná. De acordo com o cronograma da CPI, Dirceu deve ser ouvido pelos parlamentares já na segunda.

O requerimento de convocação foi aprovado de maneira simbólica (sem a contagem de votos) junto com outros pedidos de convocação para ouvir, entre outros, o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e o ex-gerente de projetos da estatal Celso Araripe de Oliveira.

Condenado no processo do mensalão do PT por corrupção ativa, o ex-ministro cumpria pena em regime domiciliar desde novembro do ano passado.

A defesa de Dirceu considera que o petista é um "bode expiatório" e que a prisão dele tem "justificativa política".

O Ministério Público investiga se a consultoria de Dirceu prestou serviços a empresas que desviaram dinheiro da Petrobras ou se os contratos eram apenas uma maneira de disfarçar repasses de dinheiro desviado da estatal.

Em janeiro, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal da JD e do próprio ex-ministro.

A JD Consultoria faturou R$ 29 milhões em contratos com cerca de 50 empresas nos últimos nove anos, segundo informações da defesa do ex-ministro. A empresa declarou que os contratos com as construtoras não têm qualquer relação com os contratos sob investigação da Petrobras.

Em depoimento à PF, o ex-representante da Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, contou que Dirceu usou “diversas vezes” seu avião após ter deixado o comando da Casa Civil, em 2005. Camargo também relatou às autoridades que o petista interveio junto ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli para que a multinacional japonesa Toyo garantisse contratos com a petroleira.

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