sábado, 29 de agosto de 2015

Alta dos juros nos EUA pode ajudar Brasil, diz professor de Stanford

Darrell Duffie disse que decisão do Fed pode favorecer exportações do país.
Acadêmico destacou ainda que mercado de ações na China é imprevisível.

Darrell Duffy, professor de finanças da Universidade de Stanford (Foto: Luiz Prado / Agência LUZ/ BM&FBOVESPA) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O professor de finanças da Universidade de Stanford, Darrell Duffie, afirmou que a alta dos juros nos EUA pode beneficiar o Brasil, e disse ser muito difícil prever o que vai acontecer com as ações chinesas após o forte tombo na semana, por tratar-se de um mercado bastante “complexo” e “pouco transparente”.

As afirmação foram feitas em entrevista concedida  durante o 7º Congresso de Mercados Financeiros da BM&FBovespa em Campos de Jordão, no interior paulista, na sexta-feira (28).

“O governo chinês tem um grande poder de controlar o mercado, como já tem feito, com a desvalorização do iuan [moeda chinesa]. Então, [o futuro das bolsas chinesas] não é algo que podemos prever baseados somente no comportamento dos investidores”, afirmou o professor.

No início da semana, os principais índices de ações da China despencaram, derrubando os mercados do mundo todo e gerando preocupações sobre uma possível desaceleração da economia do país asiático. Entenda o que está acontecendo com a China.
A Bovespa, principal índice paulista, chegou a cair mais de 6,5% na segunda-feira, mas retomou o fôlego no fim da semana.

Juros maiores nos EUA podem beneficiar exportações
Para o professor, a provável elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, aguardada até o fim deste ano, apesar de prejudicar mercados emergentes como o Brasil devido a uma fuga de recursos dos investidores, por outro lado, pode beneficiar as exportações brasileiras.

O Federal Reserve (banco central norte-americano) anunciou que pode elevar as taxas de juros, mantidas próximas a zero, até o fim deste ano. A mudança era esperada para setembro, mas o órgão disse que isso vai depender "das condições do mercado", de olho na turbulência causada pela China.
Quando isso acontecer, espera-se uma migração de recursos de economias periféricas para os EUA, considerado um dos mercados mais seguros do mundo para se investir.
“Há alguns benefícios, porque se a economia dos EUA é um motor de crescimento global e a alta dos juros indica que ela está melhorando, então haverá maior demanda por produtos manufaturados de países como o Brasil, que terá preços atrativos de seus produtos e poderá vender mais para essas economias”, afirmou Duffie.

Na opinião de Duffy, embora a alta dos juros possa causar volatilidade nos mercados emergentes, ele acredita que a oscilação é positiva para equilibrar o mercado. “Quando as ações começam a subir e descer, os investidores tem mais motivos para negociar. Mais investidores negociando, mais equilíbrio em suas posições. Quando o volume de negócios aumenta, o mercado fica mais competitivo e esse equilíbrio melhora”, diz o professor.
País em recessão
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,9% no segundo trimestre de 2015 ante os três meses anteriores, e a economia brasileira entrou no que os economistas chamam de "recessão técnica", que acontece quando o PIB encolhe por dois trimestres seguidos. No primeiro trimestre do ano, o PIB caiu 0,7% (dado revisado).


 

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