quarta-feira, 6 de abril de 2016

Mais um suspeito da morte de Décio Sá será julgado

Marcos Bruno de Oliveira é suspeito de ajudar na fuga de Jhonatan de Sousa, assassino confesso do jornalista; ele irá a júri popular pela segunda vez pois o primeiro foi anulado por ter recorrido da decisão judicial.

O julgamento de Marcos Bruno Silva de Oliveira, envolvido no assassinato do jornalista Décio Sá, está previsto para ocorrer no dia 13 deste mês. O crime ocorreu no dia 23 de abril de 2012, na Avenida Litorânea, em São Luís. O executor confessor do jornalista, Jhonatan de Sousa Silva, já foi condenado pelo crime em fevereiro de 2014.

O julgamento será feito pela 1ª Vara do Tribunal do Juri. Em fevereiro de 2014, Marcos Bruno chegou a ser condenado a 18 anos e 3 meses de reclusão pelo crime, mas ele recorreu da decisão e o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça e agora será submetido a novo júri popular.

Atualmente Marcos Brunos está preso na capital maranhense. Ele é acusado de dar fuga ao autor do assassinato no dia do crime contra o ex-­jornalista de O Estado. Durante o julgamento, Jhonatan de Sousa será uma das testemunhas ouvida no processo.

Em novembro do ano passado, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu aumentar para 27 anos e 5 meses (um acréscimo de 2 anos e dois meses) a pena de Jhonatan de Sousa, que já havia sido condenado anteriormente pelo juiz Osmar Gomes, em fevereiro de 2014. Foi nessa mesma sessão que foi anulado o julgamento em que Marcos Bruno, então condenado a 18 anos e 3 meses de cadeia, também por envolvimento no assassinato de Décio Sá. Na ocasião foi despronunciado Shirliano Graciano de Oliveira, o Balão, a ir a júri popular pelo mesmo crime.

Anulação

Para chegar à pena total, o relator do processo, desembargador José Luiz de Almeida, considerou a reanálise das circunstâncias judiciais e definiu uma pena de 27 anos e 5 meses, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Em relação ao julgamento de Marcos Bruno Silva, o desembargador acatou as alegações da defesa e anulou a decisão proferida pelo juiz Osmar Gomes.

Com relação à Shirliano Graciano, o desembargador José Luiz de Almeida indeferiu a ida do réu a júri popular por considerar que não foi comprovada a materialidade da participação dele na morte do jornalista. Para o magistrado, uma ligação telefônica de envolvidos para a esposa de Shirliano Graciano, identificada como Adriana Silva de Oliveira, e o encontro dele com outros indiciados não provam seu envolvimento.

Agiotagem

Em fevereiro deste ano, 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça indeferiu o pedido de liberdade provisória em favor de José de Alencar Miranda de Carvalho. Segundo a polícia, ele e seu filho, Gláucio Alencar Pontes Carvalho, também são acusados de terem participado da morte do jornalista e blogueiro, Décio Sá.

Eles teriam prometido a quantia de R$ 100 mil ao assassino confesso, Jhonatan de Sousa Silva. Os dois são suspeitos, ainda, da participação do assassinato do empresário Fábio Brasil, em Teresina, no Piauí, e de comandarem uma quadrilha especializada em agiotagem e em esquema fraudulento em mais de 40 prefeituras no estado.

O relator do processo, desembargador José Luiz Almeida, afirmou em sua decisão que o suposto agravamento do estado de saúde de José de Alencar Miranda Carvalho não justifica, por si só, a revogação da prisão domiciliar, uma vez que esta não impede que o acusado receba tratamento médico adequado. O entendimento do relator foi seguido pelos desembargadores José Bernardo Rodrigues, presidente da Segunda Câmara Tribunal, e do magistrado Vicente de Paula. 

Mais

Décio Sá era repórter da editoria de Política de O Estado e autor de um dos blogs mais acessados do Maranhão. Ele foi executado com cinco tiros de pistola ponto 40 pelo matador de aluguel Jhonatan de Sousa Silva. Após o assassinato, o criminoso foi transportado em uma motocicleta pilotada por Marcos Bruno Silva de Oliveira.

Em 13 de junho de 2012, a polícia realizou a Operação Detonando, que resultou na prisão de oito pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato do jornalista. Os detidos foram José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha; os policiais Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros; Elker Farias Veloso; o capitão da Polícia Militar, Fábio Aurélio Saraiva Silva, o “Fábio Capita”; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o “Bochecha” (solto em julho de 2013 por falta de provas); os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio, que cumpre prisão domiciliar desde agosto de 2014 em razão do seu estado de saúde (ele é cardiopata).

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