O Mediterrâneo está próximo do esgotamento, com "um desenvolvimento
econômico inédito" que ameaça ecossistemas "já degradados" e espécies
ameaçadas de extinção, advertiu nesta terça-feira (19) a organização
ambientalista WWF-França.
Este mar semi-fechado, que abriga entre 4% e 18% das espécies marinhas conhecidas, distribuídas por uma área de menos de 1% dos oceanos do mundo, está enfrentando um aumento "sem precedentes" da exploração de petróleo e gás.
Os contratos de exploração de petróleo e gás offshore "se estendem a mais de 20% do Mar Mediterrâneo e poderão expandir para duas vezes esta superfície", estima WWF em um relatório.
"Isto é muito, especialmente quando sabemos dos riscos sísmicos da região", ressalta Pascal Canfin, CEO da WWF-França. Segundo ele, "a multiplicação e crescimento das atividades econômicas nesta área" colocam o Mediterrâneo "no caminho do esgotamento".
Os projetos de exploração de hidrocarbonetos e as atividades de perfuração estão fervilhando em todo o Mediterrâneo há vários anos.
Segundo a ONG, "a produção de petróleo no mar poderia aumentar em 60% entre 2010 e 2020 na região do Mediterrâneo, passando de 0,7 milhão de barris por dia para 1,12 milhão de barris por dia".
As reservas de petróleo do Mediterrâneo são responsáveis por 4,6% das reservas mundiais, aponta o relatório.
Quanto à produção de gás no mar, "poderia quintuplicar entre 2010 e 2030, de 55 milhões de toneladas por ano para 250 milhões".
Segundo a ONG, além de exploração de petróleo e gás, todos os setores tradicionais da economia marítima, como os transportes, turismo, a aquicultura "têm crescido exponencialmente e continuarão a crescer ao longo dos próximos 20 anos com exceção da pesca profissional".
500 milhões de turistas em 2030O transporte marítimo deverá dobrar até 2030. E as "chegadas de turistas internacionais no Mediterrâneo deverão aumentar em 60% entre 2015 e 2030 para atingir os 500 milhões em 2030".
Em todo o Mediterrâneo, mais "5.000 km de litoral serão artificializados" (construção de estradas, edifícios...) até 2025, em comparação com 2005, segundo a WWF.
A ONG, que analisou a economia marítima dos oito países mediterrânicos da União Europeia (Croácia, Chipre, França, Itália, Grécia, Malta, Eslovênia, Espanha), também antecipa uma "expansão" da mineração.
"Esta evolução cria uma concorrência crescente entre os setores por uma área limitada e recursos marinhos limitados", resultando em "novos impactos nos ecossistemas já sob pressão", prevê WWF.
Enquanto "90% das populações de peixes são excessivamente exploradas", WWF também espera "uma diminuição considerável" da pesca profissional no Mediterrâneo. O desenvolvimento de atividades como a mineração dos fundos marinhos e da extração de petróleo "irá contribuir claramente para agravar" a situação.
A ONG, que se opõe a "qualquer nova exploração de petróleo e gás offshore", exige o estabelecimento de áreas marinhas protegidas fora das águas territoriais, a regulamentação do tráfego marítimo e a introdução de dispositivos anti-colisão para cetáceos.
De acordo com WWF, a UE, que tem como meta um retorno ao "bom estado ecológico" das águas marinhas europeias até 2020, tem "um papel crucial".
Ela deve defender "uma visão tendo em conta a biodiversidade e os ecossistemas a nível nacional e a nível da bacia do Mediterrâneo", assegura Isabelle Autissier, presidente da WWF-França.
"Caso contrário, será impossível alcançar os objetivos ambientais da Comissão Europeia, que já estão comprometidos."
Este mar semi-fechado, que abriga entre 4% e 18% das espécies marinhas conhecidas, distribuídas por uma área de menos de 1% dos oceanos do mundo, está enfrentando um aumento "sem precedentes" da exploração de petróleo e gás.
Os contratos de exploração de petróleo e gás offshore "se estendem a mais de 20% do Mar Mediterrâneo e poderão expandir para duas vezes esta superfície", estima WWF em um relatório.
"Isto é muito, especialmente quando sabemos dos riscos sísmicos da região", ressalta Pascal Canfin, CEO da WWF-França. Segundo ele, "a multiplicação e crescimento das atividades econômicas nesta área" colocam o Mediterrâneo "no caminho do esgotamento".
Os projetos de exploração de hidrocarbonetos e as atividades de perfuração estão fervilhando em todo o Mediterrâneo há vários anos.
Segundo a ONG, "a produção de petróleo no mar poderia aumentar em 60% entre 2010 e 2020 na região do Mediterrâneo, passando de 0,7 milhão de barris por dia para 1,12 milhão de barris por dia".
As reservas de petróleo do Mediterrâneo são responsáveis por 4,6% das reservas mundiais, aponta o relatório.
Quanto à produção de gás no mar, "poderia quintuplicar entre 2010 e 2030, de 55 milhões de toneladas por ano para 250 milhões".
Segundo a ONG, além de exploração de petróleo e gás, todos os setores tradicionais da economia marítima, como os transportes, turismo, a aquicultura "têm crescido exponencialmente e continuarão a crescer ao longo dos próximos 20 anos com exceção da pesca profissional".
500 milhões de turistas em 2030O transporte marítimo deverá dobrar até 2030. E as "chegadas de turistas internacionais no Mediterrâneo deverão aumentar em 60% entre 2015 e 2030 para atingir os 500 milhões em 2030".
Em todo o Mediterrâneo, mais "5.000 km de litoral serão artificializados" (construção de estradas, edifícios...) até 2025, em comparação com 2005, segundo a WWF.
A ONG, que analisou a economia marítima dos oito países mediterrânicos da União Europeia (Croácia, Chipre, França, Itália, Grécia, Malta, Eslovênia, Espanha), também antecipa uma "expansão" da mineração.
"Esta evolução cria uma concorrência crescente entre os setores por uma área limitada e recursos marinhos limitados", resultando em "novos impactos nos ecossistemas já sob pressão", prevê WWF.
Enquanto "90% das populações de peixes são excessivamente exploradas", WWF também espera "uma diminuição considerável" da pesca profissional no Mediterrâneo. O desenvolvimento de atividades como a mineração dos fundos marinhos e da extração de petróleo "irá contribuir claramente para agravar" a situação.
A ONG, que se opõe a "qualquer nova exploração de petróleo e gás offshore", exige o estabelecimento de áreas marinhas protegidas fora das águas territoriais, a regulamentação do tráfego marítimo e a introdução de dispositivos anti-colisão para cetáceos.
De acordo com WWF, a UE, que tem como meta um retorno ao "bom estado ecológico" das águas marinhas europeias até 2020, tem "um papel crucial".
Ela deve defender "uma visão tendo em conta a biodiversidade e os ecossistemas a nível nacional e a nível da bacia do Mediterrâneo", assegura Isabelle Autissier, presidente da WWF-França.
"Caso contrário, será impossível alcançar os objetivos ambientais da Comissão Europeia, que já estão comprometidos."
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