Ítalo Diniz e Roberto Lano podem ter sido assassinados em decorrência da atuação profissional |
A
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) demonstrou
preocupação com os recentes assassinatos de blogueiros no Maranhão. A
entidade diz que apura as circunstâncias das mortes de Ítalo Diniz e
Orislândio Roberto Araújo, conhecido como Roberto Lano.
"A Abraji
insta as autoridades maranhenses a apurar com precisão e celeridade a
motivação de cada um dos crimes. É preciso esclarecer se as execuções
foram consequência do que os blogueiros publicavam e punir os
responsáveis", destaca.
Lano foi
assassinado com um disparo na cabeça quando andava de moto com a mulher
no último sábado (21/11), na cidade de Buriticupu, região centro-oeste
do Maranhão. Já Diniz, de 30 anos, morreu após ser atingido por três
tiros disparados por um homem em uma moto em Governador Nunes Freire, no
extremo norte do estado.
Os dois
mantinham blogs nos quais criticavam políticos locais, além de publicar e
reproduzir reportagens sobre a região. Segundo a entidade, colegas de
Diniz acreditam que o crime foi represália à sua atuação no blog.
Luciano
Tavares, outro comunicador de Governador Nunes Freire, disse ao Comitê
para Proteção de Jornalistas (CPJ) que o colega “irritava apoiadores do
ex-prefeito da cidade [adversário do atual]” com suas críticas. Além
dele, uma pessoa próxima ao blogueiro relatou à Abraji estar certa de
que a morte teve razões políticas.
Situação
semelhante acontece com Roberto Lano. Cinco dias antes de ser morto, ele
publicou em seu blog uma crítica ao atual prefeito de Buriticupu José
Gomes (PMDB). O comunicador também era conhecido por sua atividade como
promotor de eventos na região e locutor.
A polícia
do Maranhão ainda não conseguiu determinar se os assassinatos têm
relação com as atividades de Diniz e Lano como comunicadores. O delegado
Guilherme de Sousa Filho, responsável pelo caso de Diniz, afirma que
essa é uma das possibilidades investigadas. Sobre o caso de Lano, a
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informa em nota que “a
polícia trabalha com várias linhas de investigação”.
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