segunda-feira, 4 de julho de 2016

DH ouve depoimentos sobre morte de jovem no campus da UFRJ


Polícia suspeita que Diego Vieira Machado tenha sido vítima de homofobia.
Colegas e funcionários da UFRJ estão sendo ouvidos pelos investigadores.


Morte de estudante da UFRJ é investigada na Divisão de Homicídios  (Foto: Henrique Coelho/G1)Morte de estudante da UFRJ é investigada na Divisão de Homicídios (Foto: Henrique Coelho/G1)

A Divisão de Homicídios (DH) começou a ouvir, na tarde desta segunda-feira (4), seis pessoas que possam ajudar a esclarecer o assassinato do estudante Diego Vieira Machado, de 26 anos, encontrado morto no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão. Colegas e funcionários da universidade serão ouvidos.
Segundo as primeiras informações, Diego e outros estudantes já haviam recebido ameaças de grupos conservadores da universidade. O Programa Rio Sem Homofobia informou que amigos dele denunciaram, dias antes do crime, que as ameaças foram endereçadas a negros e gays.

Diego Machado era aluno de Letras, mas também puxava matérias de outros cursos, como Arquitetura. Foi encontrado morto na noite de sábado (2), às margens da Baía de Guanabara.
Uma perícia foi realizada no local e o trabalho de investigação foi iniciado para apurar de forma detalhada a dinâmica do fato que vitimou o aluno da UFRJ e identificar os envolvidos. Diego morava no alojamento dos estudantes, perto do local onde foi achado.
Titular da DH, o delegado Fábio Cardoso não descarta a hipótese para a morte do estudante ter sido motivada por homofobia e racismo.
"As equipes da DH que estiveram no local, verificaram que ele era homossexual e vinha recebendo ameaças homofóbicas e racistas. O corpo foi encontrado sem calça, apenas com camisa. Ele teria sido abordado no campus e agredido na cabeça. Está sendo feita a necropsia. É um crime covarde e cruel, que precisa de uma resposta rápida.", explicou Cardoso.
Diego teria saído na noite de sábado do alojamento da UFRJ para praticar exercícios na região. Apesar do laudo da necropsia não estar pronto, Cardoso afirma que o corpo estava com marcas de agressões na cabeça, o que indica que o golpe possa ter sido a forma que o criminoso usou para imobilizá-lo.
Em nota, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos informou que "acompanha de perto as investigações e recomendou à Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e à Subsecretaria de Direitos Humanos o empenho no atendimento dos amigos e parentes do aluno da UFRJ".
O secretário Paulo Melo classificou como grave o assassinato por haver indícios de que o crime foi de homofobia. Segundo ele, "vivemos um período de retrocesso na garantia dos direitos civis da população LGBT".
O secretário diz que, só em junho, "foram sete assassinatos contra esta população e, alguns, com viés de homofobia".

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